Holandeses penalizam<br>partidos do governo

ELEIÇÕES A di­reita e a so­cial-de­mo­cracia no poder foram as forças mais pe­na­li­zadas nas elei­ções le­gis­la­tivas re­a­li­zadas, dia 15, na Ho­landa.

Os três grandes par­tidos tra­di­ci­o­nais não formam mai­oria

Com uma ele­vada par­ti­ci­pação de cerca de 82 por cento (74,6% em 2012), os ho­lan­deses ma­ni­fes­taram nas urnas o seu de­sa­grado pelas po­lí­ticas se­guidas nos úl­timos anos pelos con­ser­va­dores do VVD e tra­ba­lhistas do PvdA.

O VVD (Par­tido Po­pular para a Li­ber­dade e De­mo­cracia), do pri­meiro-mi­nistro Mark Rutte, apesar de con­ti­nuar como a força mais vo­tada, perdeu 5,3 por pontos per­cen­tuais (de 26,5 para 21,2) e oito de­pu­tados (de 41 para 33).

Por seu lado, o Par­tido Tra­ba­lhista (PvdA), for­mação de Je­roen Dijs­sel­bloem, até agora mi­nistro das Fi­nanças e pre­si­dente do Eu­ro­grupo, so­freu uma ver­da­deira he­ca­tombe elei­toral. De se­gunda força em 2012 (24,8% e 38 de­pu­tados), caiu para o sé­timo lugar, com apenas 5,7 por cento dos votos e nove as­sentos par­la­men­tares.

No con­junto, os dois par­tidos que go­ver­naram a Ho­landa nos úl­timos anos per­deram 37 de­pu­tados num he­mi­ciclo com 150 lu­gares.

Parte do des­con­ten­ta­mento foi ca­pi­ta­li­zado pelo Par­tido para a Li­ber­dade (PVV), do po­pu­lista Geert Wil­ders, em­bora o seu re­sul­tado tenha fi­cado muito aquém do que as son­da­gens prog­nos­ti­cavam.

Ainda assim, esta for­mação mar­cada por um dis­curso xe­nó­fobo, ob­teve quase mais três pontos per­cen­tuais (de 10,1% passou para 13%) que lhe va­leram mais cinco de­pu­tados (de 15 passou para 20).

No ter­ceiro lugar fi­caram os de­mo­cratas-cris­tãos do CDA, que su­biram de 8,5 por cento para 12,4 por cento e de 13 para 19 de­pu­tados, se­guidos de perto pelos li­be­rais do D66, que con­quis­taram o mesmo nú­mero de de­pu­tados (19 contra 12 em 2012) pas­sando de oito por cento para 12,2 por cento.

Mas a maior su­bida da noite per­tenceu aos Verdes da Es­querda que qua­dru­pli­caram a vo­tação (de 2,3 % para 9,1%) e pas­saram de quatro para 14 de­pu­tados.

No sexto lugar ficou o Par­tido So­ci­a­lista, for­mação que in­tegra o grupo da Es­querda Uni­tária Eu­ro­peia no Par­la­mento Eu­ropeu. A sua vo­tação em per­cen­tagem baixou li­gei­ra­mente para 9,1 por cento, contra 9,7 por cento em 2012, tendo con­quis­tado 14 de­pu­tados (menos um do que em 2012).

O novo par­la­mento conta ainda com de­pu­tados do Par­tido dos Ani­mais, que passou de dois para cinco de­pu­tados, e de ou­tras cinco for­ma­ções com vo­ta­ções abaixo dos cinco por cento, de que se des­taca o novo par­tido Denk («Pensa»).

Fun­dada por an­tigos de­pu­tados tra­ba­lhistas de as­cen­dência turca, esta nova for­mação, que se apre­senta como de­fen­sora dos imi­grantes, elegeu três de­pu­tados, tendo ob­tido re­sul­tados as­si­na­lá­veis em grandes cen­tros ur­banos, caso da ca­pital Ames­terdão e da ci­dade de Ro­terdão.




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